Recentemente, à saída de um concerto, ocorreu-me a seguinte questão: "será que às vezes aquilo que procuro na música dos meus colegas é aquilo que procuro na minha própria música?"
Para uma boa fruição, a resposta devia ser 'não'.
Mas a verdade é que dou por mim a fazer isso com frequência; a julgar a música não pelo seu valor naquele contexto, mas pelos meus valores, no meu contexto, com base no que eu faria e não faria, pelo que me interessa retirar dali; e muitas vezes não chego a fruir a música do modo para o qual foi feita, na simples qualidade de ouvinte. Estou amiúde condicionado! E estou em crer que não estou sozinho, que os compositores são tendencialmente vulneráveis a este vício.
É bom sair de um concerto e poder dizer, descansadamente, "se fosse eu não faria nada disto, adorei."
Para uma boa fruição, a resposta devia ser 'não'.
Mas a verdade é que dou por mim a fazer isso com frequência; a julgar a música não pelo seu valor naquele contexto, mas pelos meus valores, no meu contexto, com base no que eu faria e não faria, pelo que me interessa retirar dali; e muitas vezes não chego a fruir a música do modo para o qual foi feita, na simples qualidade de ouvinte. Estou amiúde condicionado! E estou em crer que não estou sozinho, que os compositores são tendencialmente vulneráveis a este vício.
É bom sair de um concerto e poder dizer, descansadamente, "se fosse eu não faria nada disto, adorei."